quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Where do we go now?

Quando a bela culinária brasileira fica só na memória, o que você faz? Em Roma como os romanos! Então hoje vou falar sobre o que comem os chineses daqui.

Os ingredientes básicos são simples: arroz (muito!), frango (em pedaços, com osso), carnes variadas (boi, coelho, etc, mas sempre pouco e em fiapinhos), macarrão, legumes cozidos e pimenta! Também tem peixe, mas aí é inteiro.

Isso tudo é fácil de encontrar no mercado, como esses frangos:


Também existe a opção de comer em restaurantes chiques, geralmente temáticos, como comida regional de algum outro lugar da china. Experimentamos o pato de Pequim, fatiado na nossa frente:



Mas comer em casa não tanto rotina quanto no Brasil. Aqui prevalece o restaurante de esquina. E eles ocupam toda a cidade. Perto da faculdade temos dois pólos de restaurantes, o norte e o sul. Perto do segundo portão sul fica a Van Damme Street, mostrada no vídeo:



Nela temos o "frangão", um fast-food de lanches de frango, o "arroz", um restaurante especializado em arroz frito, e o "dumplin", um restaurante que faz uma espécie de ravili sem queijo e molho de tomate. Após voltarmos de Liu Lin (outro campus da SWUFE) o Hu Laoshi nos acompanhou na janta no dumplin:


Ainda no portão sul fica o "restaurante do portão sul", onde pedidos só por escrito, o que realmente dificulta as coisas... Mas quando conseguimos nos virar, comemos muita comida gostosa e gastamos pouco.


Como vocês podem ver, o comum aqui é pedir um conjunto de pratos e dividir tudo com todo mundo. Todo mundo come de todos os pratos, usando ao invéz de pratos uma cumbuquinha.

O polo do terceiro portão norte é um pouco mais complicado. Alguns dos restaurantes aparentemente não mantém padrões higiênicos muito elevados. Mas o "murça" é nossa salvação. Um restaurante de uma família muçulmana (com direito a trecho do Alcorão na parede) que é limpo e tem a cozinha à vista, algo reconfortante. Em geral comemos pequenas porções semelhantes às da foto anterior, mas dessa vez comemos um prato diferente:


uma travessa cheia de legumes, macarrão e partes de frango. incluindo pé de galinha. A foto é de quando já estava quase acabando, mas dá pra ter uma idéia do que era.

sábado, 1 de novembro de 2008

Sweet home Alabama

Em uma cidade de 10 milhões de habitantes você pode encontrar de tudo. Isso inclui comida ocidental. Então, nesse segundo post sobre comida vou falar sobre experiências de um ocidental caçando sua comida por Chengdu.

Como qualquer lugar do mundo, Chengdu tem fast-food internacional. O mais comum é o KFC (pra quem, como eu, não sabia, Kentucky Fried Chicken). Ele vende uma paixão chinesa: frango. Também tem bastante McDonald`s e algumas Pizza Hut s.



O interessante é que todos eles têm cardápio especial para a China (ou para Sichuan, não sei), com pratos extra como, além da fanta com sorvete, milho como alternativa para a batata, coxa de frango frita e lanches com pimenta extra, no bom e velho estilo Sichuan.


E se você souber procurar, Chengdu está pipocada por restaurantes ocidentais, principalmente perto dos consulados. Dos quais eu experimentei, os que mais gostei foram o Shamrock e o Bookworm, mas tem alguns que me recomendaram e eu ainda não visitei. Nesses bares/restaurantes você encontra comida ocidental de qualidade e gosto bom, mas você paga 20 yuans (6 reais) por 200ml de suco de laranja (sendo que chá é 1,5 yuan por 500ml). E nunca que um prato mata fome, eu como dois ou três tranquilo... porções francesas. Mas não podia ser diferente. Fazer lasanha? Só com queijo importado. Assim não tem como ser barato.

Mas você sempre tem aquele último recurso: um BigMac. Não é comida brasileira, mas é algo que se come no Brasil. Pizza Hut, apesar de usar outro queijo, tem o mesmo peperoni. E você pode ir ao Macro comprar pedaços de pizza importada...


E às vezes até temos sonhos...



mas alguns brasileiros se decepcionaram...



Independente do que se passou, desisti de minhas pretenções ocidentais. Na china coma como os chineses. Faz parte de, como explicou o Chico (no fim do post), ser um viajante, não um turista.Link

Você tem fome de que? 2

Mais duas coisas que não tem aqui, que eu esqueci...

Guardanapo de papel e bebidas. São poucos os restaurantes que têm guardanapo de papel e nenhum vende bebidas. Os chineses compram guardanapo de papel no supermercado (e levam com eles pra todo lugar) e compram bebidas - em geral chá - em lojinhas especializadas, que se escondem entre restaurantes nas ruas de restaurantes.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Você tem fome de que?

Faz algum tempo que quero falar de comida. Agora que já juntei algum material e experiência, vou fazer uma série de posts sobre o assunto. Antes de tudo, uma explicação do panorama geral. ou falar da comida de Sichuan, província onde estou. Na China tem diferenças regionais muito grandes, então o que estou falando provavelmente não vale pra Xangai, Pequim e outros lugares longe de Chengdu.

Certo, vou começar falando sobre o que não se come aqui.

Desde que cheguei aqui usei garfo três vezes, e só em restaurante ocidental. Ouvi uma chinesa "pra que você quer garfo? Aquilo é tão difícil de usar!" Ainda sofro pra comer sopa de macarrão de palitinho... Colher é algo comum, tanto no modelo ocidental quanto um modelo chinês menor.

Uma conseqüência óbvia da inexistência de facas é a inexistência de bifes. Carne só é comida fatiada em pedacinhos e misturada a alguma coisa. É bem comum fatiar a carne com partes que normalmente se tiraria no Brasil, como gordura, nervos, pele, osso... Isso tudo vai misturado em arroz ou macarrão, mas sempre em quantidades muito pequenas.

Que carne é essa? Tem frango, peixe, coelho e pato. De vaca aqui só chega gordura e nervo, carne de verdade não tem. E da inexistência de vacas deriva-se a inexistência de leite. O engraçado é que tem manteiga e iogurte, mas leite só de soja e queijo só tofu. Ainda não encontramos pizza boa, e no Carrefour só vende pedaço congelado, não vende pizza inteira.


Mas e fast-food? Tem muito KFC, alguns McDonald`s e perdidas por aí umas Pizza Huts.


Que tal um lanchinho? O BigMac é igual no Brasil, mas pode vir acompanhado por Fanta com sorvete:


Ou ao invéz de batata frita, você pode escolher milho ou chicken fingers.

domingo, 19 de outubro de 2008

Frère Jacques

Letra de música de criança normalmente é algo meio estranho, e eu não sou o único a pensar isso. Boi da cara preta e Sambalele, por exemplo, não me parecem exatamente apropriadas, mas em geral nem a criança nem o adulto dão importância à letra da música.

Hoje na aula de chinês aprendemos variações de Frère Jaques. Ouvi a versão original, a em português (meus dedinhos, onde estão, da Eliana), a em inglês, a em alemão e a em chinês. Nenhuma delas tem letra macabra.

As versões em inglês e alemão giram em torno da temática da francesa, do frei dorminhoco que deve tocar o sino de despertar. A versão brasileiro é sobre dedos que se saúdam (estranho, mas não macabro). A versão chinesa, por sua vez, fala de tigres!



Seguem a letra em caracteres, pinyin e uma tradução livre para o português:

  两只老虎,两只老虎
  跑得快,跑得快
  一只没有眼睛,一只没有尾巴
  真奇怪!,真奇怪!

  Liang zhi lao hu, liangzhi lao hu,
  pao de kuai, pao de kuai.
  Yi zhi meiyou yanjing, vi zhi meiyou weiba.
  zhen qiguai! zhen qiguai!

  Dois tigres, dois tigres,
  correm rápido, correm rápido,
  um não tem orelhas, um não tem cauda.
  Que estranho! Que estranho!

PS: tava com preguiça de digitar todos esses caracteres (sem um programa adequado digitar caracteres dá um trabalho!) e pinyin, então peguei da internet. Qualquer erro ou variação culpem a internet.

PS2: se alguém quiser, o YouTube tem uma infinidade de vídeos dessa música, é só procurar em pinyin ou caracteres.

PS3: achei um site com versões dessa música em várias línguas.

Professores, viagem e música

O contato entre os professores e os alunos é muito mais forte e próximo na China que o que eu estou acostumado no Brasil. Aqui não existe a correlação entre respeito e distanciamento que me parece herdada do romantismo ou da Idade Média.

Nesse espírito, vi na sexta uma competição entre os departamentos da universidade na qual os professores competiam em categorias como cabo-de-guerra, pular-corda e uma versão chinesa de cabra cega com gongos.



O cara de camisa vermelha batendo foto na esquerda do vídeo é o meu professor, o Hu laoshi. Ele tem dois diplomas de graduação, um deles em fotografia.

Mudando de assunto, teremos uma viagem de campo semana que vem! Aqui está no quadro de avisos:


Só pra finalizar este post, conhecemos uma menina responsável por um dos programas da "rádio Muda" da faculdade e ela nos pediu uma música brasileira pra tocar. Uma coisa diferente da rádio aqui é que ela não é transmitida, ela é tocada em autofalantes por todo o campus. Eu e o Chico escolhemos Trem das Onze, do Adoniram Barbosa. O Chico fez um post mais completo sobre o assunto, incluindo vídeos! Fico imaginando o que os chineses acharam da música...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

How does it feel?

Domingo passado jogamos os gringos da SWUFE contra os gringos da Sichuan University. Nós perdemos de virada por 7 a 3, mas acho que foi uma boa oportunidade pra galera se acostumar ao estilo de jogo de cada um, quem joga bem em que posição e outros ajustes necessários.



Quanto a mim, enquanto os outros brasileiros analisam e refletem sobre os rumos futebolísticos da universidade, eu me diverti. Dê a Roma o que é de Roma, não? Deixo o futebol para eles e me divirto aprendendo pingpong e badminton e andando de bike pela cidade...