quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Você tem fome de que?

Faz algum tempo que quero falar de comida. Agora que já juntei algum material e experiência, vou fazer uma série de posts sobre o assunto. Antes de tudo, uma explicação do panorama geral. ou falar da comida de Sichuan, província onde estou. Na China tem diferenças regionais muito grandes, então o que estou falando provavelmente não vale pra Xangai, Pequim e outros lugares longe de Chengdu.

Certo, vou começar falando sobre o que não se come aqui.

Desde que cheguei aqui usei garfo três vezes, e só em restaurante ocidental. Ouvi uma chinesa "pra que você quer garfo? Aquilo é tão difícil de usar!" Ainda sofro pra comer sopa de macarrão de palitinho... Colher é algo comum, tanto no modelo ocidental quanto um modelo chinês menor.

Uma conseqüência óbvia da inexistência de facas é a inexistência de bifes. Carne só é comida fatiada em pedacinhos e misturada a alguma coisa. É bem comum fatiar a carne com partes que normalmente se tiraria no Brasil, como gordura, nervos, pele, osso... Isso tudo vai misturado em arroz ou macarrão, mas sempre em quantidades muito pequenas.

Que carne é essa? Tem frango, peixe, coelho e pato. De vaca aqui só chega gordura e nervo, carne de verdade não tem. E da inexistência de vacas deriva-se a inexistência de leite. O engraçado é que tem manteiga e iogurte, mas leite só de soja e queijo só tofu. Ainda não encontramos pizza boa, e no Carrefour só vende pedaço congelado, não vende pizza inteira.


Mas e fast-food? Tem muito KFC, alguns McDonald`s e perdidas por aí umas Pizza Huts.


Que tal um lanchinho? O BigMac é igual no Brasil, mas pode vir acompanhado por Fanta com sorvete:


Ou ao invéz de batata frita, você pode escolher milho ou chicken fingers.

domingo, 19 de outubro de 2008

Frère Jacques

Letra de música de criança normalmente é algo meio estranho, e eu não sou o único a pensar isso. Boi da cara preta e Sambalele, por exemplo, não me parecem exatamente apropriadas, mas em geral nem a criança nem o adulto dão importância à letra da música.

Hoje na aula de chinês aprendemos variações de Frère Jaques. Ouvi a versão original, a em português (meus dedinhos, onde estão, da Eliana), a em inglês, a em alemão e a em chinês. Nenhuma delas tem letra macabra.

As versões em inglês e alemão giram em torno da temática da francesa, do frei dorminhoco que deve tocar o sino de despertar. A versão brasileiro é sobre dedos que se saúdam (estranho, mas não macabro). A versão chinesa, por sua vez, fala de tigres!



Seguem a letra em caracteres, pinyin e uma tradução livre para o português:

  两只老虎,两只老虎
  跑得快,跑得快
  一只没有眼睛,一只没有尾巴
  真奇怪!,真奇怪!

  Liang zhi lao hu, liangzhi lao hu,
  pao de kuai, pao de kuai.
  Yi zhi meiyou yanjing, vi zhi meiyou weiba.
  zhen qiguai! zhen qiguai!

  Dois tigres, dois tigres,
  correm rápido, correm rápido,
  um não tem orelhas, um não tem cauda.
  Que estranho! Que estranho!

PS: tava com preguiça de digitar todos esses caracteres (sem um programa adequado digitar caracteres dá um trabalho!) e pinyin, então peguei da internet. Qualquer erro ou variação culpem a internet.

PS2: se alguém quiser, o YouTube tem uma infinidade de vídeos dessa música, é só procurar em pinyin ou caracteres.

PS3: achei um site com versões dessa música em várias línguas.

Professores, viagem e música

O contato entre os professores e os alunos é muito mais forte e próximo na China que o que eu estou acostumado no Brasil. Aqui não existe a correlação entre respeito e distanciamento que me parece herdada do romantismo ou da Idade Média.

Nesse espírito, vi na sexta uma competição entre os departamentos da universidade na qual os professores competiam em categorias como cabo-de-guerra, pular-corda e uma versão chinesa de cabra cega com gongos.



O cara de camisa vermelha batendo foto na esquerda do vídeo é o meu professor, o Hu laoshi. Ele tem dois diplomas de graduação, um deles em fotografia.

Mudando de assunto, teremos uma viagem de campo semana que vem! Aqui está no quadro de avisos:


Só pra finalizar este post, conhecemos uma menina responsável por um dos programas da "rádio Muda" da faculdade e ela nos pediu uma música brasileira pra tocar. Uma coisa diferente da rádio aqui é que ela não é transmitida, ela é tocada em autofalantes por todo o campus. Eu e o Chico escolhemos Trem das Onze, do Adoniram Barbosa. O Chico fez um post mais completo sobre o assunto, incluindo vídeos! Fico imaginando o que os chineses acharam da música...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

How does it feel?

Domingo passado jogamos os gringos da SWUFE contra os gringos da Sichuan University. Nós perdemos de virada por 7 a 3, mas acho que foi uma boa oportunidade pra galera se acostumar ao estilo de jogo de cada um, quem joga bem em que posição e outros ajustes necessários.



Quanto a mim, enquanto os outros brasileiros analisam e refletem sobre os rumos futebolísticos da universidade, eu me diverti. Dê a Roma o que é de Roma, não? Deixo o futebol para eles e me divirto aprendendo pingpong e badminton e andando de bike pela cidade...

Ops!

Como eu já disse, cada país é conhecido por algum esteriótipo. O Brasil tem seu futebol, certo? Mais ou menos... O Brasil tem a seleção brasileira, tem os jogadores brasileiros, mas quem tem o futebol de clubes é a Europa.

Fomos a uma lojinha de produtos de futebol. Lá tinha bandeiras de vários países, camisas de várias seleções e muitos produtos de clubes (baners, munhequeiras, chaveiros, uniformes, bonecos, posters, etc). Mas não achei um único clube de fora da Europa.



Bola fora do Brasil! Mais uma vez, nós temos tudo o que é necessário mas não conseguimos fazer dar certo. Mais uma vez somos deixados para trás por mesmo partindo de uma posição favorável.

Uma magrela e um apê no BNH

Depois de muito tempo de dificuldades técnicas volto a postar. Aproveitei o tempo pra reduzir a qualidade dos vídeos até um nível que o YouTube aceitasse. Conseqüência: vários novos vídeos... Aos poucos vou fazendo novos posts explicando eles. Mas para os apressadinhos, o Chico já fez uma descrição preliminar aqui.

Agora, ao que interessa. Em um país com mais de 800 milhões de bicicletas, não ter uma é quase impossível. E Chengdu é uma cidade completamente plana e repleta de ciclovias. Para mim, isso é o paraíso. A bicicleta junta um meio de transporte, uma opção ecológica, custo quase zero, atividade física e a diversão de andar de bicicleta ouvindo música. Além disso, ela permite me permite explorar cada canto da cidade como nenhum outro meio de transporte permite. Ando pela cidade com um mapa e paro pra ver cada esquina, cada lojinha, cada templo, parque, estátua, placa, desenho, etc que tiver pela frente. Tenho tudo ao meu alcance. E aqui está aquela que me permite tudo isso:


Já tenho no Google Maps três trajetos que fiz de bike. Mais pra frente adiciono outros. No YouTube tem dois vídeos de trajetos percorridos de bike. O primeiro, do Carrefour até o Metro, o segundo do Metro até o alojamento.

Mudando de assunto, pra completar o post, um pequeno vídeo apresentando o meu apartamento no alojamento. Alguns dos nossos colegas reclamaram do tamanho, mas eu acho que tá mais do que bom, principalmente considerando que o apartamento no alojamento dos chineses é menor e é dividido por quatro alunos.



Eu queria cocluir agradecendo ao meu avô por me dar a bicicleta que tenho no Brasil. Ele me deu a bicicleta que me levou pra casa e pra faculdade todo dia por quase um ano, além de outras aventuras. Mas mais que isso, ele me fez descobrir o prazer de andar de bicilceta e incluiu esse hábito na minha vida. Esse presente vale mais que qualquer bicicleta no Brasil ou na China.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Extra! Extra! Extra!

Me esqueci...
Também tem esse álbum no Picasa com fotos de uma partida de futebol que fizemos: Gringos recém chegados X gringos das antigas. Perdemos por 3X2, mas não foi merecido. Aqui tem alguns comentários do Chico a respeito.

Extra! Extra!

Eu me divirto postando no blog, mas como já disse Keynes, "entre a taça e os lábios podem surgir muitos percalços". Já tenho uns 6 vídeos que quero postar, mas o upload do YouTube é uma porcaria. Continuo insistindo. Assim que funcionar, eu posto. Enquanto isso, segue uma pequena lista de outras versões digitais da nossa viagem:

Meu blog ( Gima in China ) fala mais de curiosidades e daquilo que acho diferente e interessante na China, no Brasil e no mundo. Ele pertence à criança dentro de mim.

O blog do Chico ( China - Uma viagem pelo Oriente ) fala um pouco mais do nosso cotidiano e das atividades turísticas que fazemos. Ele é atualizado com frequência. Vale muito a pena fuçar na barra lateral na direita do blog do Chico, com links pro Picasa dele e pros vídeos do YouTube dele.

O Andi (amigo nosso da Alemanha) tem um blog em inglês ( Andis China ). Com menos posts, ele se foca mais nas atrações turísticas e festas.

Minha página do YouTube ( Gimacn ) tem todos os vídeos que eu conseguir fazer upload (por enquanto poucos).

O Picasa Web tem um álbum ( Gima in China ) com todas as fotos dos posts, de futuros posts e mais algumas.

E por fim, para aqueles viciados em mapas como eu, o Google Maps tem um mapa ( Gima in China ) compartilhado no qual vou aos poucos adicionando lugares que visito e frequento. Não consegui configurar o link pra mostrar a imagem de satélite. Recomendo mudar para "Satellite" assim que abrir o mapa.

Olha, ocidentais!

Chengdu, como nós apelidamos, é a Cuiabá da China. É uma cidade grande e desenvolvida, mas ainda assim é inegavelmente interior. Enquanto em Xangai e Pequim as pessoas já estão acostumadas a ver ocidentais todo dia, em Chengdu nós ainda somos uma novidade que atrai olhares e indicadores apontando.

E caminhando pelo centro à noite, para nossa surpresa, trombamos com concorrentes:


Um grupo de estátuas de chineses e ocidentais na praça em meio a atividades aparentemente cotidianas. E um grupo de chineses não estátuas tirando fotos. Mas se chineses podem, porque não podem os ocidentais?


Aqui está a Kata (da Alemanha) pedindo direções com um mapa na mão.


E aqui a Iris (também alemã) pegando o telefone daquele ocidental!


E o que vocês acham que deixou este chinês com torcicolo?


E pra quem não acredita que ocidental faz sucesso, os cinco minutos que passamos tirando fotos foram tempo suficiente para que uma platéia de chineses se aglomerasse. Risadas e uma leva de flashs acompanharam cada uma de nossas poses.

Mais algumas fotos (de ocidentais e mais coisas) no Picasa.